Daí eu comecei a pensar porque o mundo sempre continua depois de uma decepção, certamente não é pra haver novas decepções, mas agente acaba sendo ironizado pelo destino. Confesso eu sou do tipo que sonha com o mundo mais feliz, do tipo que acredita na palavra e não em um contrato, do tipo que idealiza mais amor e mais paz na Terra. Confesso que imaginei um conto de fadas, e acima de tudo acho que já tive um na gaveta do meu armário, escondido em algum diário da quarta série no ensino fundamental. Mas eu não vejo nada de errado em sonhar, em construir um mundo particular dentro do notebook ou do caderno da faculdade.
Isso foi até eu conhecer o que é decepção, essa palavra da nossa língua que também pode ser substituída por engano, desilusão, foi realmente um engano pensar que as princesas e os príncipes poderiam ser reais, engano pensar que castelos com grandes chafarizes fossem de verdade, na realidade, agora, nada do que me digam vai mudar o fato de que eu acordei dos meus sonhos.
Foi como se o mundo estivesse caindo sem parar, como se a velocidade aumentasse a cada instante e mesmo correndo não conseguia alcançar o equilíbrio. Engraçado como um simples acontecimento trágico vem sempre acompanhado de outros, esses acontecimentos tem um nome simples, ‘problemas’, são problemas de relacionamentos em geral, românticos e familiares.
Durante um tempo eu fiquei sentada, refletindo, a minha conclusão: tudo que falamos é mentira, é superficial, quer entender os homens, quer entender as mulheres? Não fale, não minta, apenas sinta aquilo que está a sua volta, escute os batimentos. É uma questão de energia, é sintonia, não acredite nas palavras puramente e friamente ditas, sinta somente sinta.
Foi ficando em silencio e sentindo as pessoas que eu me toquei pra realidade, percebi que as pessoas sabem fingir e mentir muitíssimo bem, mas encontrei sossego quando percebi que nem todos são iguais.