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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Desabafo!

Considerei todas as hipóteses enquanto dava partida no carro, relembrei segundo a segundo, quando eu desci a escada pela última vez, do momento em que as mãos se perderam, das palavras, e de cada gesto, da angústia, do ciúme, e lembrei de mim entrando no desconhecido, com medo, com saudade, tentei respirar e só tinha pó no ar, vontade de espirrar, foi tanto tempo pra chegar aqui e tão pouco tempo pra acelerar pra sair correndo de baixo daquela árvore pequena de flores roxas, que raiva da beleza daquela árvore, me senti pequena, menor que o banco do carro, não tava enxergando direito, droga de transporte coletivo, motorista abusado que esquece o que significa "seta". Mais raiva ainda de mim por ter que odiar de novo, aquilo que estava sendo novo, mais raiva ainda porque o telefone tocou, porque era você, e eu merecia que fosse o monstro do lago ness vindo me buscar, eu preferia que fosse o desconhecido e que não tivesse identificador de chamadas, que raiva por você ligar. "Alô? Alô?, foram cinco vezes até eu me acostumar com aquela voz, com aquele tom de arrepiar a nuca, até eu me perdoar, e agradecer por você ligar, por ter você, por me amar e por descobrir que vale apena recomeçar. Droga, eu to aqui de novo pensando no recomeço, mais depois de lembrar, lembrar, viver, reviver, amar, gostar, odiar, e amar de novo, é tão bom olhar pro lado e ter ver de novo tentando alcançar minha mão e alcançando meu coração, meu corpo, minha mente, meu cérebro, me alcançando sem resistência, sem mágoa, só entrega, só gratidão, só corpo e alma no mesmo espaço.