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domingo, 11 de dezembro de 2011

É o mesmo, ontem hoje sempre

Às vezes o clichê embrulha o estomago, vez em quando a vida te deixa enjoado, mais no fundo a vontade mesmo é de enjoar o tempo todo, de ter aquele frio na barriga, de ficar ansioso, de viver o proibido, no fundo todos gostamos do universo louco que é o amor, e talvez por isso hoje seja tão simples se apaixonar se deixar levar pelo desconhecido, talvez por isso o inabitável seja mais desejável, quem sabe assim o mundo deixe de questionar tanto sobre o que os apaixonados fazem no auge dessa paixão, o que você precisa saber é que nem todas as palavras bonitas são sinceras, nem todo sentimento falado é verdadeiro, nem todo sorriso é de alegria e    nem toda lágrima é de tristeza.

A verdade absoluta e clara é que nós amamos os clichês, seja você o mais romântico ou seja você o mais machista e retrógrado de todos, o bom da vida é ser ridículo de vez em quando, dizer "eu te amo" sem saber se é correspondido, gritar aos quatro ventos que deseja aquela pessoa, comprar flores e chocolate, dormir de conchinha, levar o café na cama.

Não tô pedindo pra você admitir, só estou jogando na sua cara a verdade pura e simples, os velhos hábitos nunca morrem, nunca são esquecidos e por mais que relutemos em reviver o taxativo, é assim mesmo somos um pouco mentirosos e covardes, mais adoramos ser amados, ser desejados, é natural é dos ser humano ter o ego elevado mesmo que timidamente, no seu cantinho. Todo mundo adora, não... todo mundo ama um bom e velho clichê.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Desabafo!

Considerei todas as hipóteses enquanto dava partida no carro, relembrei segundo a segundo, quando eu desci a escada pela última vez, do momento em que as mãos se perderam, das palavras, e de cada gesto, da angústia, do ciúme, e lembrei de mim entrando no desconhecido, com medo, com saudade, tentei respirar e só tinha pó no ar, vontade de espirrar, foi tanto tempo pra chegar aqui e tão pouco tempo pra acelerar pra sair correndo de baixo daquela árvore pequena de flores roxas, que raiva da beleza daquela árvore, me senti pequena, menor que o banco do carro, não tava enxergando direito, droga de transporte coletivo, motorista abusado que esquece o que significa "seta". Mais raiva ainda de mim por ter que odiar de novo, aquilo que estava sendo novo, mais raiva ainda porque o telefone tocou, porque era você, e eu merecia que fosse o monstro do lago ness vindo me buscar, eu preferia que fosse o desconhecido e que não tivesse identificador de chamadas, que raiva por você ligar. "Alô? Alô?, foram cinco vezes até eu me acostumar com aquela voz, com aquele tom de arrepiar a nuca, até eu me perdoar, e agradecer por você ligar, por ter você, por me amar e por descobrir que vale apena recomeçar. Droga, eu to aqui de novo pensando no recomeço, mais depois de lembrar, lembrar, viver, reviver, amar, gostar, odiar, e amar de novo, é tão bom olhar pro lado e ter ver de novo tentando alcançar minha mão e alcançando meu coração, meu corpo, minha mente, meu cérebro, me alcançando sem resistência, sem mágoa, só entrega, só gratidão, só corpo e alma no mesmo espaço.

sábado, 30 de abril de 2011

Pra nós

Pra cada pergunta há uma resposta, pra cada afirmação uma interrogação, pra cada gesto um gesto, pra cada beijo outro beijo, pra cada amor um amor. Nada que não se explique, por mais difícil que possa parecer é possível encontrar nossas respostas, nossos rótulos, nada é passageiro, carrego comigo minhas recordações em meu livro de memórias, até o fim haverá esperanças, talvez você não entenda, talvez não queira entender, estou aqui agora e o tempo tic taca, tic taca, sem demora, amanhã não estarei mais, você não estará e tudo não terá sido em vão, mais do que arrependimentos restarão as fotos, o brilho nos olhos, restarão as musicas e as cantadas idiotas, os gestos, os beijos, os cheiros.
Em cada esquina terá você, descalço, andando sem rumo com o cabelo grande e a barba por fazer, em cada esquina sua bermuda velha e sua camisa de marca, terá seu olhar, seus pré conceitos, suas manias e no fim da rua as histórias melancólicas.
Mas vamos segundo a segundo viver agora, viver a lagrima que acaba de escorrer, viver o sorriso que ainda vou sorrir, viver minhas palavras e meus textos, viver minha história, viver a nossa história, sem o medo do vago, do em vão, você vai entender que de vez em quando clichês se fazem necessários e eu amo clichês.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Mães e Filhos, Filhas.

Se é mesmo verdade que existe mãe feliz e filho feliz, eu acho que nunca vou ter filho, pura mentira de letra de música, qual é?! Agente discute tanto, agente não concorda com um monte de coisa, grita, na maioria das vezes em que estamos felizes elas não estão, quando ficamos felizes elas também ficam, mas lógico tem muiiitas exceções, sinceramente, isso não é uma típica reclamação de mães, e também não é uma crítica ao Cazuza, é um desabafo.

sábado, 2 de abril de 2011

Táxi

Semana passada eu estava indo pra casa e peguei um taxi, um desses motoristas que adora contar a história da vida e fazer um monte de pergunta, tudo bem eu entendo é difícil trabalhar o dia inteiro, ver várias pessoas e não falar nada (eu ficaria louca), então, nesse dia, o taxista disparou uma história sobre a filha dele, que tinha minha idade, mais ou menos, falou sobre como é difícil criar uma mulher sozinho, isso porque a mulher dele abandonou a família, quando a menina ainda era um bebê, disse que foi difícil quando ela arrumou o primeiro namorado.
- Foi a primeira vez que eu falei mal do sexo masculinho, ela chegou em casa chorando, dizendo que nunca mais queria saber de homem, ela me contou que eles estavam, bem, mas discutiram e ele ficou com outra garota na frente dela. Ele disse com empolgação na voz. De lá pra cá, ela arruma cada um, namora, fica feliz, ri muiiito e depois chora muiiito, mulher é um bicho esquisito.
Ouvi calada as suposições daquele homem simples, que me desculpe, não entende nada de mulher, mulher não é bicho, embora eu mesma já tenha utilizado essa expressão, mas mulher não é bicho, mulher é gente, é difícil lidar com gente, homem, mulher, tudo bem eu confesso, as mulheres complicam mais, são mais impulsivas, mas eu fiquei atônita com tanta crítica a mulher, ele jurava que tava falando mal dos homens, mas no fundo ele acabou comigo.
Disse que mulher devia voltar no tempo, pensar mais antes de namorar, não devia corta cabelo, porque mulher de cabelo curto atrai os homens errados, disse que mulher devia andar com “roupa comportada”, aiaiaiai, eu não sei o que ele quis dizer com a crítica ao cabelo, nem da roupa, mais uma verdade é clara, os homens não entendem as mulheres, nem vão entender tão cedo.
Mulher não é bicho, pelo menos não se pode classificar assim, não pelos homens, agente tem uma maneira diferente de expressar o que sentimos, somos mais intensas, nos entregamos mais do que os homens nas relações, abandonamos um monte de coisa por eles, os homens, pessoas que nem sabem definir a mulher, não sabem como amar, não sabem como dizer o amor, não sabem como encarar uma mulher, fato, precisamos deles e eles precisam de nós, o ser humano não foi criado pra viver sozinho, os homens são necessários, mais é bom que eles continuem assim, nos julgando ingênuas, frágeis.
“Pobre” motorista de taxi, um homem trabalhador, deve ter conversado com muitas mulheres pela vida a fora, mas tão ingênuo, tão frágil com seus machismos e achismos antigos, achismos populares, existem muitos homens como o personagem desse fato, mas fazer o que, as mulheres, continuam sendo, mulheres nada frágeis, mais maduras, mais preparadas, mais fortes, mais capazes, mais humanas, mais explosivas, mais mulheres, muito mais MULHERES.

sábado, 5 de março de 2011

Passional

Foi com se um monte de luzes piscassem, como se o chão desaparecesse dos meus pés, uma sensação de prazer e medo, naquele momento eu senti  como se outra assumisse o meu lugar, uma mulher sem receios, uma mulher sem medo de ser feliz.
Completamente imóvel, calculei as palavras na minha mente, vi um diálogo se formando depois de tanto tempo, depois de tantos monólogos frustrados. Sem perceber o universo em volta comecei a falar, comecei a dizer o que eu sentia, o que estava dentro de mim, tantas coisas, tantos sentimentos e nenhuma definição pra eles, mas todos sinceros, verdadeiros. Depois e ouvi, precisava ouvir, mas com o lado racional em ação pensei em possibilidades, pensei em arrependimentos, pensei em mágoa, mas ouvi tudo atentamente, ainda que não me lembre de algumas coisas, ainda que algo tenha passado despercebido, acima de tudo eu ouvi, claro e em bom tom.
Minha visão periférica oscilava, paredes, copos, mãos e braços, visão estúpida o foco estava na minha frente com os olhos nos meus depois de tanto tempo, fiquei parada e voltei a prestar atenção.
Então percebi que não importava os obstáculos, não importavam os medos, defeitos e qualidades, me importava o que estava no ar naquele dia, o que estava nos envolvendo e aos poucos nos aproximando, pronto, tudo girando. Respirei fundo, esvaziei a mente, tranqüilidade chegando, pronto o equilíbrio estava de volta. O importante é o que você quer, o que você escolhe fazer valer a pena.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Descobrindo a verdade

Daí eu comecei a pensar porque o mundo sempre continua depois de uma decepção, certamente não é pra haver novas decepções, mas agente acaba sendo ironizado pelo destino. Confesso eu sou do tipo que sonha com o mundo mais feliz, do tipo que acredita na palavra e não em um contrato, do tipo que idealiza mais amor e mais paz na Terra. Confesso que imaginei um conto de fadas, e acima de tudo acho que já tive um na gaveta do meu armário, escondido em algum diário da quarta série no ensino fundamental. Mas eu não vejo nada de errado em sonhar, em construir um mundo particular dentro do notebook ou do caderno da faculdade.
Isso foi até eu conhecer o que é decepção, essa palavra da nossa língua que também pode ser substituída por engano, desilusão, foi  realmente um engano pensar que as princesas e os príncipes poderiam ser reais, engano pensar que castelos com grandes chafarizes fossem de verdade, na realidade, agora, nada do que me digam vai mudar o fato de que eu acordei dos meus sonhos.
Foi como se o mundo estivesse caindo sem parar, como se a velocidade aumentasse a cada instante e mesmo correndo não conseguia alcançar o equilíbrio. Engraçado como um simples acontecimento trágico vem sempre acompanhado de outros, esses acontecimentos tem um nome simples, ‘problemas’, são problemas de relacionamentos em geral, românticos e familiares.
Durante um tempo eu fiquei sentada, refletindo, a minha conclusão: tudo que falamos é mentira, é superficial, quer entender os homens, quer entender as mulheres? Não fale, não minta, apenas sinta aquilo que está a sua volta, escute os batimentos. É uma questão de energia, é sintonia, não acredite nas palavras puramente e friamente ditas, sinta somente sinta.
Foi ficando em silencio e sentindo as pessoas que eu me toquei pra realidade, percebi que as pessoas sabem fingir e mentir muitíssimo bem, mas encontrei sossego quando percebi que nem todos são iguais.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Ano novo

eu ainda me lembro do teu cheiro naquela noite me lembro da tua camisa suada e da bebida na sua mão, ainda me lembro do seu toque e de cada palavra e de cada promessa que hoje não passam de memórias, mais eu me lembro de nós dois de como combinava, de como parecia quadro de pintura, de como colava bem, eu me lembro dessa noite especialmente porque foi a primeira virada de ano, foi o nosso primeiro momento, me lembro das promessas que me fiz de que naquele ano tudo seria diferente, principalmente porque você estava ali, prometi que ia me cuidar mais, que ia ser menos desastrada, prometi que me amaria mais, prometi que te amaria mais, jurei que seria feliz, mais eu sabia que promessa de ano novo sempre sofre alterações, esse ano que vai chegar parece tão distante e tão esquesito perto daquele outro, nesse ano não vai ter mentira, porque antes de tudo eu jurei que não ia prometer mais, antes de tudo eu me fiz prometer que seria mais maleável e menos ingênua pra acreditar em promessas, nesse ano eu quero mais do mundo, eu quero mais que memórias velhas, eu quero o novo o gosto do novo na minha boca, o gosto do novo no meu estomago, dentro de mim e mais ainda, em mim, nesse ano eu quero tudo que eu queria e mais umm pouco, o fundamental é ser feliz, mas a base de tudo é manter os pés no chão. manter a cabeça na terra, sentir dentro de mim o novo, a vida nova, e com ela minha inacreditável liberdade;

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Conto de fadas

Enfim o sonho acaba, a princesa é espulsa do castelo, o principe vira sapo e final feliz tem um fim infeliz. Saudade, vontade de sonhar de novo, de dormir flutuando em nuvens, de caminhar sobre ouro e pedras preciosas, vontade de ter a felicidade de plena, de perder o ar, de transpirar, vontade de ser a princesa e você  principe carinhoso, humano e lindo de sempre, vontade de repirar seu halito, de cantar e dançar. Tanta vontade, tanto desejo que não cabe em um coração, tem que dividir, tem que gritar a verdade pro mundo, pra mim, pra você, vai me diz a verdade, abre sua mente e me deixa fazer parte desse seu mundo torto que parece tão direito ainda que aos olhos os outros se torne confuso e incero, me deixar ser a sua Bela e seja menos Fera, seja o principe do final feliz, me gira no meio do salão, me faz sentir o coração vibrar. Vem só diz a verdade o que se passa ai dentro, não deve ser tão dificil, deixa eu ficar assim mais perto ouvindo você sussurrar o que tem de melhor dentro do seu coração. Eu quero continuar dormindo, continuar sonhando, então quando a noite chegar todos os cetins, todas as pérolas e todo sentimento estarão presente nos meus sonhos que também deveriam ser os seus.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Sem perder o foco

Minha cabeça continua girando, respiro fundo, uma, duas, três vezes mais ainda me falta o ar, fico pensando em todas as formas de colocar pra fora o que tá dentro de mim, em todas as maneiras de me apresentar, não quero impor a minha presença, mas também não quero que se esqueça de mim, que culpa eu tenho de querer atenção, é tão normal, tão humano.
Eu assumo a confusão misturada com um monte de outros sentimentos indecifráveis, angústia, felicidade, tristeza, carinho, medo, SAUDADE, tudo bem em continuo respirando, continuo caminhando em linha reta sem perder o foco, vou andando na tentativa de amenizar a dor, procurando motivos pra um desvio no caminho.
É insanidade tentar sufocar o coração, não tem sentido matar a alma e perder a essência, perder o pouco que lhe resta de verdade dentro dessa carne, dessa capa, eu to aqui me abrindo dizendo o que eu sinto, expondo as minhas fraquezas como um passarinho que deixa o ninho em busca do alimento, deixando tudo a mercê de um gavião, deixando tudo nas mão do desconhecido.
Ele vem meio tonto, meio torto, mas chega, sem vergonha, sem orgulho, sem caprichos, vem humano, sem receio. Vem assim como que não quer, mas vem com peito aberto trazendo a verdade que eu tanto desejo mas tenho medo de conhecer.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Força de Detalhes

Num segundo, num singelo e mísero segundo, uma palavra, letras agrupadas, o mundo se quebra de forma tão frágil como cristal raro, o coração já não é mais, ele agora endurece e os batimentos cada vez mais lentos parecem paralisar os músculos da face, água salgada escorre do olho até os lábios. Tudo funciona como num ciclo, às vezes a vida congela, as pessoas aprenderam a ser frias com o tempo.
Qualquer forma de afeto, agora aparenta antiguidade, foi o tempo em que amar e receber amor era sinal de beleza, era normal. O mundo está ao contrário, é uma doença que inverte o curso dos rios, o centro para e atinge os homens de forma anestésica, porque agora o aroma da ferida é que se tornou comum, se alastrou em forma de vírus pelo mundo a fora, levou do ser humano a capacidade de ser, a essência dos sentimentos.
Fico imaginando qual é a dificuldade de dizer a verdade, de se entregar, pular do penhasco, perder a vergonha, penso em formas de contar meus sonhos sem abalar sua estrutura máscula. Em pouco tempo se perde o rumo, perde o caminho de casa, fico vagando minha mente em busca de sinônimos, tentando comparar, tentando igualar, fico aprendendo com as pessoas em volta de mim, caminhando lado a lado com meus versos e frases.
Pouca coisa me atinge, um estralar de dedos, um tick nervoso, a folha fora do lugar. Mas muita coisa me abala completamente, um olhar, uma música, uma imagem, um gesto.
Num segundo, num singelo e mísero segundo eu fico aqui pensando em cada detalhe, planejando cada passo, e os rios e rios de memórias, recordações e sentimentos começam a rolar pelo meu rosto do canto do olho direito até o lábio superior deixando um gosto estranho na boca, às vezes é vontade, às vezes o gosto é de saudade, às vezes o gosto é do novo, do detalhe, da paixão.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Dor vermelha

São quatro paredes. O sofá vermelho, aquele tapete que só servia mesmo pra ser pisado, os livros, tantos livros e dvd’s e cd’s e fotos, quantas fotos, em cada uma delas a eternidade de um momento, o vinho sempre esperando ser devorado mais sempre estático, o relógio na parede ele não perdoa são segundos e minutos e horas que não param, não vão parar. É a sala. São as paredes que sempre estiveram ali, e eu também como elas, estava ali parada sentada naquele vermelho intenso de arder os olhos, sentada esperando por um milagre.
Mais eu continuava, e sem saber por que ficava parada, esperando algo ou você aparecer, eu queria que você aparecesse, eu sei aquele lugar não te faz bem, eu não te faço bem, mais eu desejei do fundo do meu coração e mais além que você abrisse aquela porta no canto daquela parede e me falasse te amo sem medo e sem dor pra não me lembrar o vermelho do sofá. Mas nem tudo é como eu desejo, o amor é um abismo e você quer sempre chegar ao fundo, mais não tem fundo, não tem fim, o amor é uma via de mão dupla não dá pra cair sozinho, não dá pra andar sozinho, nem mergulhar sozinho, nem fazer um filho sozinho. Eu queria que você entrasse pela porta e quebrasse os porta-retratos e me abrassasse me fazendo esquecer o passado, esquecer o que eu disse, esquecer que te fiz sofrer, eu sei, eu sei que você vai me olhar do nada e dizer sem abrir a boca que me quer e não quer ao mesmo tempo.
Parece confuso, mais o problema não é o amor, não é a quantidade ou qualidade, nem é você, o problema se chama vermelho, medo de sangrar de novo em cima desse sofá, medo de te perder e deixar esse abismo inteiro te engolir, e eu disse que não, e eu menti que não te amava, mais foi tudo por medo de me escorar nessa parede um dia e ver meu coração sangrar por que você não agüentou o abismo, e procurou um outro pra mergulhar, procurou um outro alguém pra dar a mão.
Mas eu to aqui, parada, será que é tão difícil ver que o problema é que eu tenho medo de amar mais que você, e eu tenho mais ainda receio de te sufocar com tanto amor, eu vou ficando por aqui amando você pelos cantos, pelas metades, por que o amor, o amor é uma via de mão dupla, e eu preciso da sua metade, e dessa vez eu juro, se você entrar pela porta, eu vou pedir desculpas, eu vou abrir a garrafa de vinho, vou quebrar as paredes, e acima de tudo, eu vou mudar a cor do sofá pra branco, vou começar de novo, te dar a mão e mergulhar no abismo com você, sem medo de sangrar, sem medo das paredes, e sem medo do vermelho do sofá.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Pesadelo

Então eu o vi sentado no canto da sala, sozinho, sereno em seu sono profundo, sentei ao seu lado e segurei sua mão, durante aquele instante eu consegui perdoá-lo.
Durante muito tempo eu fiquei cega por esse sentimento que eu julgava amor, mas não tinha outro nome, era gravitacional a nossa relação, uma atração que não justifica. Depois de tanto tempo nos encontramos de novo, tantos meses e dias e horas se passaram longe dele, longe dos beijos, dos carinhos, abraços, senti tanta falta dos momentos. E então quando menos esperava uma reaproximação repentina aconteceu,  juntos estávamos ali entre amigos, entre a sua família, e eu ingênua, tão frágil diante de um sentimento tão forte, resolvi que aquela preocupação com o futuro que um dia eu tive poderia ser o stopim daquela época, de quando terminamos, foi ai que eu deixei que as coisas acontecem.
Tardes no sábado, no domingo, meus dias de folga, mentiras pra encobrir os encontros, felicidade, não teria outra palavra se não essa, felicidade, cada letra, cada silaba, um uníssono, um grito diante dos meus sonhos se tornando realidade diante dos meus olhos.
Dessa vez não tinha preocupação, não tinha maquina fotográfica, não tinha suspeitas, eu me senti forte, realizada, nunca fui mais mulher, também nunca fui menos receosa, eu arrisquei tudo.
Mas os dias passaram, e os encontros ficaram distantes, os telefonemas sumiram e o orgulhou tornou a nos perseguir, eu fui deixando o buraco aumentar dia a dia, um vazio enorme sem precedentes, e eu estava só. Mais uma vez riram de mim pelas minhas costas, riram do meu sentimento, riram da minha verdade, cada momento jogado no vento, jogado em latas de lixo, e já estava acostumada, mas dessa vez não doeu menos, a dor intensa no peito, um buraco grande, preto e triste de novo em seu lugar.
Mentiras, omissões, o quão difícil é contar a verdade, dizer o que sente, quanto tempo se leva para dizer “eu te amo”? Quanto tempo leva pra descobrir uma mentira, pra descobrir uma ilusão, enfim, um sentido, não passou de uma brincadeira, amor barato, fácil, sem compromisso, corpo e mente separados do coração, dois corpos, duas mentes, um só coração.
Não quis procurar, evitei cada lugar que ele estava, decide cortar o mal pela raiz, sonhei por varias noites com o impossível, sonhei com um corpo e uma mente diferente, sonhei com um coração mais humano, menos defeitos, mais qualidades, não um herói, um homem de carne e osso e sentimento, por que será que essas palavras soam utopia, medo, sombra, frio, o que ficou de tudo, dos carinhos, dos beijos e abraços, nada mais fazia sentido.
Eu tentei, mas tive que procurar, então eu o vi sentado no canto da sala, sozinho, sereno em seu sono profundo, sentei ao seu lado e segurei sua mão, durante aquele instante eu consegui perdoá-lo sem saber que ele já não respirava pra mim, que ele não poderia mais abrir os olhos, que ele já não fazia parte do meu mundo. Sem saber que em instantes o fato de ele existir seria apenas uma lembrança. Então abri os olhos e o pesadelo acabou.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Desculpa

Eu nunca quis magoar ninguém, mas esse é o meu jeito, meu defeito, minha qualidade, já faz tempo que eu sou assim, eu não me apego, não crio vínculos, me desculpe, mas eu sou assim, não tenha medo de se aproximar apenas assuma as conseqüências, eu sei que você vai querer ficar, mas não aumente as expectativas, a verdade é que eu fiquei mais forte, mais resistente a paixão, nem me lembro qual foi o sentimento mais próximo do amor que eu tive nos últimos tempos, não me lembro de contar minutos pra algo acontecer, não me lembro da ultima vez que meu estomago tremeu por meu telefone tocar. Agora eu sou assim, de pedra por dentro e humana por fora, mais humana do que eu queria, às vezes minhas atitudes, minhas palavras demonstram alguma fraqueza, algum medo, mas rapidamente eu escondo, eu camuflo qualquer coisa que te deixe mais convencido. Eu posso ser fria, mais tenho sentimentos, eu não confio muito, mas eu gosto de ter alguém por perto, eu só não me envolvo, eu fico assistindo a minha vida e programando pra não sofrer em um futuro próximo. Você pode até dizer que eu sou má, egoísta e coisa e tal, eu não ligo, eu sou assim por um motivo, por uma razão, não me culpe por um dia ter chorado, por um dia ter desejado a morte, por um dia querer nunca mais amar ninguém nem ser de ninguém, é assim que as coisas são, não é fragilidade nem fraqueza, é sobrevivência, porque eu aprendi que não vale a pena perder a vida por ninguém, não vale a pena criar rugas de preocupação. Hoje por mais que eu tente chorar as lagrimas custam a descer e quando elas vem são amargas e o mais rápido possível faço elas secarem. Chega de te pedir desculpas, ou você me entendi ou agente não dá certo.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

O espelho

Fiquei com tanta raiva quando descobri que tudo não passou de mais uma de suas aventuras, de mais uma de suas mentiras, que todos os momentos, todas aquelas palavras foram em vão. Por um instante eu acreditei que poderíamos começar de novo, esquecer o passado, mas o problema é que você não muda, não consegue ver que os anos se passaram e que não adianta viver como se a adolescência se fizesse presente. A realidade é que eu estou cansada. No momento em que soube da verdade meu coração ficou em pedaços, percebi que mais uma vez errei quando fui contra a opinião da minha mãe, e é ao difícil assumir que ela estava certa o tempo todo, tão difícil ignorar os olhares de “eu te disse”.
A culpa foi minha , tá bom eu sei, para de me censurar, de dizer que eu to horrível com essas olheiras, para de tentar me acalmar, de dizer que vai passar, ai que raiva, as vezes até você me tira do sério.
Passei noites em claro pensando em uma forma de  encará-lo, de vestir uma roupa de piranha e bater na porta dele pra  provocá-lo, pensei em como invadir a tua festa e chamar sua atenção ou melhor chamar a atenção dos seus amigos, ferir seu ego de macho alfa na frente de todos, pensei em como acabar com seu orgulho te humilhando de todas as formas possíveis. Mas desisti.
Vai segue a sua vida, só não volta mais, eu não vou fazer planos pra te destruir, não vou atrapalhar seu novo affair, não vou abalar seu mundo perfeito, pra mim já deu. Não vou te seguir, nem aparecer na sua frente por “acaso”, chega, eu vou ficar aqui, pensando, esquecendo, deixando o tempo passar e ele vai curar a ferida que você abriu.
E para de me criticar, eu sei eu sou fraca, eu devia buzinar na porta da casa dele de madrugada, eu já seu disso, não to deixando barato, tudo bem, talvez, perto do que ele me fez, mas deixa pra lá, tá bom to parando, agorinha as lágrimas secam. Não eu não vou mudar de idéia, deixa ele no canto dele longe de mim e eu aqui, vai passar eu sei que vai. Eu tenho sonhos e planos, tenho amigos, tenho alguém que me ama pra valer.Ok, eu sei. eu também queria, mas me vingar não vai me satisfazer eu quero que ele quebre a cara sozinho sem ajuda de ninguém, muito menos a minha. E vê se para de me mandar fazer as coisas, já to indo, cansei de conversar.
Foi então que me levantei e deixei o reflexo chorando sozinho do outro lado do espelho.

Volta ao blog

Bom para aqueles que acompanhavam o antigo blog, houve um problema e não consegui acessar minha conta portanto fiquei um tempo off. Mas para os blogueiros de plantão, voltarei a publicar meus textos e frases de efeito.

Obrigado.