Eu resolvi
ignorar o que ele dizia, fiquei teimosa da noite pro dia, com toda força do
mundo eu passei a perna no destino, esse destino que insiste em me colocar no
lugar errado na hora errada, cansei daquele turbilhão de reclamação, daquela
falta de coragem, pensei mil vezes mais coloquei cimento no lugar do
sentimento, deixei endurecer tudo que tinha ali dentro, deixei endurecer o
amor, deixei endurecer a raiva, o perdão.
Mandei ele pensar em tudo de
ruim, deletar as coisas boas, aquelas memórias que fazem agente ficar com
sorriso de boba e com o olho brilhando, pisei na esperança e mandei o cérebro
se impor, chamei a razão na paralela pra ela se fazer presente.
Gritei pra ele concentrar essa
vontade de procurar em livros, compromissos, prioridades alheias, concentrar no
objetivo imposto. Andei por ai com um sorriso no rosto e por dentro não era
sangue, não era glóbulo vermelho era lágrima, era sal, o doce todo eu deixei no
fundo bem no fundo.
Desobediente como sempre ele veio
a tona, pediu calma, disse que ia passar, fez as lágrimas secarem, fez o arco
íris brilhar dentro de mim, me lembrou do gosto doce de sentir, me libertou das
prisões que eu mesma pedi.
E ai eu percebi que ignorar,
mandar, gritar com o coração não adianta nada, ele é pior que eu, gosta de contrariar,
discute com a razão e coloca ela no chão.
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